Indígena denuncia abuso sexual por policiais durante custódia no interior do Estado

Uma mulher indígena da etnia Kokama denunciou ter sido vítima de abusos sexuais por policiais durante nove meses, em uma unidade policial no município de Santo Antônio do Içá. O caso que veio a público após o ajuizamento de uma ação de indenização contra o Estado e por meio da imprensa, expõe graves denúncias de violência institucional, abuso de autoridade e violação de direitos humanos fundamentais.

De acordo com os relatos da vítima, que estão judicializados, os abusos teriam ocorrido de forma sistemática, inclusive com episódios de estupros coletivos e na presença de seu filho recém-nascido — que permaneceu com ela durante o período de custódia. A vítima afirma ainda não ter recebido qualquer tipo de assistência médica ou psicológica após o parto.

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), por meio da Procuradoria-Geral de Justiça, informou que acompanha de forma rigorosa e sensível o caso.

No início da tarde desta terça-feira (22/07), uma comitiva do MPAM esteve na Cadeia Pública Feminina de Manaus para ouvir o relato da vítima e prestar acolhimento institucional.

A visita teve como objetivo garantir escuta qualificada à vítima e reunir elementos para subsidiar a atuação institucional do MP, tanto no acompanhamento das investigações em curso, quanto nas medidas de responsabilização dos envolvidos.

Para a procuradora-geral de Justiça Leda Mara Albuquerque, o caso exige resposta célere, firme e respeitosa por parte das instituições públicas.

Estamos diante de um caso extremamente grave, que fere os princípios mais elementares da legalidade, da humanidade e da Justiça, e que será acompanhado com toda a atenção necessária. A resposta do MPAM será ser firme, proporcional à violência sofrida pela vítima“, afirmou.

O MPAM afirmou ainda que vai acompanhar as investigações conduzidas pelas corregedorias das Polícias Civil e Militar e do Sistema de Segurança Pública, para garantir que todas as medidas legais sejam adotadas, tanto na esfera criminal quanto cível.

O caso permanece sob sigilo judicial no que diz respeito à responsabilização criminal dos agentes apontados como autores dos abusos. Já na esfera cível, a vítima pleiteia reparação por danos morais e materiais em razão das violações sofridas.

Com informações da Assessoria

Foto: Foto: Divulgação/MPAM

 

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