Pré Cop Norte discute novos caminhos para apresentar na COP 30

A Pré-COP Norte, evento preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), teve como foco a busca por soluções inovadoras e integradas para combater os impactos das mudanças climáticas. Realizado entre os dias 25 e 26, em Belém no Pará, o evento reuniu representantes da Arquidiocese de Manaus, da região norte e autoridades eclesiais.

Durante o evento, os participantes enfatizaram a importância de promover a inclusão das comunidades locais e povos indígenas nas discussões sobre políticas climáticas, destacando seu papel crucial na preservação dos ecossistemas e no combate ao desmatamento.

O presidente do Conselho de Leigos e Leigas da Arquidiocese de Manaus, Francisco Meirelles, destaca que esse espaço de preparação para a COP 30 é um momento crucial de unir as experiências e os apelos que serão enviados ao evento. Especialmente pela oportunidade que o evento proporciona, reunindo líderes globais para discutir o clima.

Para fortalecer esse processo, a Igreja está promovendo uma série de Pré-COPs em diferentes macrorregiões do país. Esses encontros formativos têm como objetivo capacitar lideranças eclesiais, fomentar a mobilização popular e aprofundar a reflexão sobre os impactos da crise climática nos territórios.

A próxima Pré-COP será no Nordeste, entre os dias 11 e 12 de julho em Juazeiro, Bahia.

Entenda o como se organiza a cúpula da COP 30

A Cúpula é um espaço de debate e negociação entre governos, organizações e sociedade civil para discutir temas globais, como as mudanças climáticas e outras questões socioambientais.

Aqui estão mais detalhes sobre a divisão das zonas mencionadas:

1. Zona Azul:

• A Zona Azul é normalmente o espaço reservado para os representantes de governos e grandes líderes mundiais, como presidentes, primeiros-ministros e ministros. Essas zonas geralmente são onde acontecem as negociações formais e os acordos entre as nações, e é onde os países discutem suas posições sobre questões cruciais, como políticas climáticas, acordos de financiamento e metas de redução de emissões. O Vaticano também ocupa uma cadeira, dado seu papel em questões globais, especialmente em temas éticos e sociais.
• Essa área é mais restrita e as negociações são intensas, com participação direta dos governantes ou suas delegações.

2. Zona Verde:

• A Zona Verde é destinada à sociedade civil e envolve a participação de grupos, organizações não-governamentais (ONGs), movimentos sociais, empresas, sindicatos, universidades, e outros grupos da sociedade. Aqui, as discussões são mais informais, mas também muito importantes, pois trazem uma perspectiva mais ampla, envolvendo as pessoas que são diretamente afetadas pelos temas debatidos nas cúpulas.
• A Zona Verde é essencial para que se ouça a voz de grupos mais diversos, incluindo os mais afetados por mudanças climáticas, e também serve para fortalecer as demandas por ações mais ambiciosas em questões como justiça social e ambiental.

3. A Cúpula dos Povos:

• A Cúpula dos Povos é uma plataforma onde movimentos sociais e comunidades podem se reunir para apresentar suas demandas, reivindicações e soluções para os problemas globais. Essa cúpula é mais voltada para a mobilização e para o ativismo, destacando as vozes que, muitas vezes, são ignoradas nas negociações formais entre governos.

Como esses espaços se inter-relacionam:

Essas três zonas estão conectadas dentro do formato das cúpulas internacionais, principalmente em eventos como a COP (Conferência das Partes), porque embora os líderes políticos (Zona Azul) e os grupos da sociedade civil (Zona Verde e Cúpula dos Povos) estejam fisicamente separados, as decisões tomadas nas negociações da Zona Azul impactam diretamente as discussões e ações nos espaços de mobilização e ativismo. A interação entre esses espaços permite que as políticas globais sejam influenciadas por um espectro mais amplo de opiniões e experiências.

Rafaella Amorim, Rádio Rio Mar