Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a mortalidade materna configura-se na atualidade como um problema de saúde pública mundial, correlacionada diretamente a desigualdades sociais e qualidade do acesso à saúde.
A partir deste cenário a estudante de medicina, Luana Silva de Oliveira, e o professor Ronilson Ferreira Freitas do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da Ufam deram o pontapé na pesquisa “Tendência Temporal da Mortalidade Materna no Brasil no Período de 2000 a 2022”.
O estudo utilizou dados secundários do SIM, do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), coordenado pelo Ministério da Saúde, onde foi calculada a razão da mortalidade materna.
A pesquisa revelou que, apesar da tendência decrescente em algumas causas desse tipo de mortalidade, como complicações relacionadas a abortos e infecções, a Razão de Mortalidade Materna geral permaneceu estacionária no período analisado. Tal cenário destaca a importância de melhorar a qualidade do atendimento e reduzir atrasos internos nos sistemas de saúde para alcançar as metas de redução da mortalidade materna até 2030.
O trabalho do Programa de Iniciação Cientifica do Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam) e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) ficou em 3° lugar, em nível nacional, no Programa de Iniciação Científica (PIC). Ele foi desenvolvido em parceria entre a Ebserh e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para o orientador da pesquisa, professor Ronilson Freitas, este é um passo importante para ciência e formação de novos profissionais da saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), na 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID10), definiu como mortalidade materna “a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais”.
Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação e Marcelo Camargo