Ao mesmo tempo em que a distribuição de água aumentou 8,07 pontos percentuais e a coleta de esgoto total mais do que dobrou entre 2018 e 2022 em Manaus, a proporção de tratamento de esgoto em relação ao volume de água consumida diminuiu. Conforme estudos publicados pelo Instituto Trata Brasil, nas últimas duas semanas, Manaus é a terceira capital do País que mais reduziu perdas de água, no período, e ficou atrás apenas de Maceió-AL e Boa Vista-RR.
Conforme o estudo do Trata Brasil, o Amazonas perde mais de 50% da água que distribui e é o 7º pior Estado do País nesse quesito. Quanto às capitais, apesar da redução de 26,09% nos índices, Manaus ainda é a oitava pior, pois perde 55,44% da água em distribuição (que equivale a quase 89 piscinas olímpicas, por dia).
Evolução expressiva
Ainda assim, de acordo com a diretora-presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, Manaus se destaca pela evolução nos indicadores. “Quando a gente olha os índices dos últimos anos, em Manaus, a gente vê em que 2017 o índice de perdas na distribuição era de 74,6% e, em 2022, 55,4%. São quase 20 pontos percentuais de redução. Estamos falando de uma média bastante grande, tendo como objetivo seguir nessa redução para atingir o indicador, em 2034, de 25% de perdas, que é o estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional”.
Conforme o diretor-presidente da concessionária Águas de Manaus, Diego Dal Magro, um dos principais motivadores da redução nas perdas foi a regularização do abastecimento de água em comunidades vulneráveis, pois, assim, foi possível evitar que a água fosse perdida no processo.
Outra ferramenta é a tecnologia de monitoramento do abastecimento, 24 horas, em mais de 200 pontos da cidade.
Quanto à redução da proporção de esgoto tratado em relação à água consumida, o gerente de responsabilidade social da Águas de Manaus, Semy Ferraz, afirma que, na prática, o que houve foi aumento no consumo registrado.
Sobre a coleta de esgoto, a Águas de Manaus informa que a capital possui aproximadamente 30% de cobertura do serviço e todas as metas do período estão cumpridas.
A diretora-presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, afirma que, no ritmo atual de investimentos, o Brasil não alcançará a meta de universalização do Novo Marco Legal do Saneamento no Brasil, que é em 2033, mas em 2070.
Sobre o volume médio de investimento por habitante no saneamento básico, a Águas de Manaus informa que o valor saiu de R$ 38,17, em 2017, para R$ 115,66, em 2024.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Águas de Manaus/Divulgação