DPE-AM recebe família de Julieta Hernández que busca reclassificação do crime

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) recebeu, nessa segunda-feira (10), a irmã da artista Julieta Hernández, assassinada em Presidente Figueiredo em 2023. Sophia Hernández está à frente de uma mobilização que tem objetivo de reclassificar o crime cometido contra Julieta como feminicídio.

Sophia esteve no órgão acompanhada da defensora Carol Carvalho, que atua junto à Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), da deputada Alessandra Campelo, que lidera a procuradoria, além dos advogados da família e representantes da União Brasileira de Mulheres (UBM), que articula a mobilização.

Na DPE-AM, o grupo foi recebido pelo Defensor Público Geral, Rafael Barbosa. Na oportunidade, ele destacou que continua preocupado com a quantidade de crimes de gênero no Estado.

Essa realidade nos obriga a uma ação conjunta, estruturada, que envolva a conscientização da população, a educação em direitos e a própria punição exemplar daqueles crimes que atingem as mulheres por causa do seu gênero”, ressaltou.

Segundo Rafael Barbosa, no caso de Julieta Hernéndez, além do crime envolver a questão de gênero, envolve também “a xenofobia e a agressão a uma pessoa que é uma defensora dos Direitos Humanos”.

O crime

Julieta, conhecida como “Palhaça Jujuba”, foi morta enquanto viajava pelo Brasil de bicicleta. Ela estava a caminho de seu país de origem quando desapareceu no dia 23 de dezembro, no município de Presidente Figueiredo. A próxima parada dela seria em Rorainópolis, em Roraima, antes de cruzar a fronteira coma Venezuela.

No dia 6 de janeiro deste ano, o corpo da artista foi encontrado dentro de uma mata. De acordo com as investigações, Julieta foi estuprada, assassinada e teve seu corpo queimado por um casal, que confessou o crime.

Em janeiro, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) denunciou os acusados Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação cadáver. Agora, a família de Julieta pede a mudança da tipificação dos crimes.

Programação

Nesta quarta-feira (12), uma caravana em memória à Julieta Hernández parte de Manaus rumo a Presidente Figueiredo, onde o grupo terá encontro com autoridades locais, fará uma manifestação pacífica e, por fim, reunirá com a magistrada do caso.

Com informações da assessoria

Fotos: Divulgação