Foi lançado, nesta semana, o Instituto Dom Phillips, que tem como objetivo levar adiante o legado do jornalista inglês assassinado no Vale do Javari, ao lado do indigenista Bruno Pereira, em 5 de junho de 2022.
A organização é liderada pela viúva do britânico, Alessandra Sampaio, que pretende usar a educação como ferramenta principal para inspirar o interesse da população sobre a importância da proteção da floresta amazônica e os povos que a habitam. A viúva esteve pela primeira vez no local dos assassinatos e pediu a bênção dos indígenas para o trabalho que virá pela frente.
No local, os povos indígenas e parceiros locais foram ouvidos para colaborar com a criação das propostas do trabalho do Instituto.
“Amazônia Sua Linda”, cujo nome foi dado a partir de frase escrita por Phillips em sua última postagem nas mídias sociais, é o primeiro projeto do Instituto. Trata-se de uma plataforma digital gratuita que visa ampliar o acesso às informações sobre a Amazônia brasileira, seus povos e visões de mundo.
De acordo com o instituto, há o desejo de expandir a iniciativa para outros territórios e comunidades, “garantindo assim a diversidade de vozes e o protagonismo amazônida”.
“O Instituto Dom Phillips vai trazer conteúdo para que as pessoas conheçam o que é a Amazônia, o que ela tem e por que é importante cuidar. Nós, dos povos indígenas do Vale do Javari, agradecemos e esperamos somar a este trabalho em conjunto”, afirmou Bushe Marubo, coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
“O Instituto Dom Phillips ressignifica o luto e o transforma em um movimento de conexão, engajamento e educação que ecoa as vozes da Amazônia e os saberes de seus povos e cuidadores. Conhecer a Floresta é uma jornada para dentro de nós mesmos, de reconexão com os saberes ancestrais e com a inteligência de milhares de anos do bioma mais rico e extenso do mundo”, refletiu Alessandra.
O Vale do Javari também será o cenário inicial para o primeiro projeto imaginado pela organização: uma iniciativa que vai ser construída a partir da escuta e da produção de conteúdo feita por comunidades amazônicas e também pelo vasto e diverso conhecimento já produzido sobre a Amazônia por instituições parceiras que serão paulatinamente incorporadas ao projeto. Já foram realizadas reuniões com lideranças indígenas do Vale do Javari, e mais conversas estão por vir para a formulação deste trabalho.
Fotos: Instituto Dom Phillips