Os afetos perdidos de sua ascendência afro-indígena foram o mote para que a artista visual Khetllen Costa elaborasse a exposição “Ressonância de Afetos”, que será aberta nesta sexta-feira (15), na Galeria do Largo, localizada na Rua Costa Azevedo, Largo de São Sebastião. Segundo a artista, a exposição foi gerada durante o processo de reconexão com sua ancestralidade afro-indígena a partir de uma linhagem matriarcal.
Tendo a fotografia transferida para diversas plataformas como uma constante nas obras que compõem a exposição, a artista resgata a identidade de mulheres afrodescendentes e indígenas que foram anonimizadas no processo de arquivamento em museus de fotografias que as retratavam.
Consternada com esses apagamentos, compartilhei com as retratadas o afeto que gostaria de ter compartilhado com aquelas parentes que não pude conhecer, afirma a artista.
Ainda conforme a artista, a técnica predominante nas obras, a foto transferência, foi o que a motivou.
A foto transferência é a técnica central das obras devido à sua natureza, pois a imagem quando transferida sofre com a intervenção do tempo, logo ela vai se apagando de acordo com a incidência de luz solar sobre a imagem.
A ação da luz solar sobre a fotografia também tem a ver com o apagamento e anonimização das mulheres que se encontram nas obras de “Ressonância de Afetos”.
As obras foram desenvolvidas durante quatro anos de pesquisa, durante o doutorado (2018 a 2022) e trazem em sua criação aspectos que também remetem ao universo ancestral feminino, como bordado, crochê, costura, chás e cultivo de plantas. A exposição fica em cartaz até 23 de junho.
Com informações da assessoria
Fotos: Divulgação