Entre 2020 e 2022, a superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ficou com apenas sete fiscais (Agentes Ambientais Federais) para fiscalizar um território de 1.570.745,680 km². Essa área equivale aos países da Alemanha, França, Reino Unido e Japão somados.
A informação é do Ministério Público Federal (MPF), que instaurou um inquérito civil, na última sexta-feira (9), para “apurar se a estrutura disponibilizada pelo Ibama nos estados do Amazonas, Rondônia e Roraima é suficiente para o combate ao garimpo ilegal e à logística envolvida nesse ramo de atividade de ilícita”.
Conforme o MPF, em 2023 o governo federal mais do que triplicou o número de fiscais do Ibama no Amazonas, que passou de sete para 23.
De acordo com o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, além de ter ficado com apenas sete agentes no Estado entre 2020 e 2023, nem todos exerciam atividades externas, de fiscalização.
O superintendente afirma, no entanto, que o Ibama começou 2024 com 26 fiscais e que esse quantitativo possibilita a ampliação da capacidade de organizar operações de combate e repressão a ilícitos ambientais.
Contudo, de acordo com Joel Araújo, esse quantitativo e a estrutura ainda são insuficientes para desenvolver todo o trabalho necessário no âmbito da superintendência do Ibama no Amazonas. (ouça abaixo)
Como lembra o MPF, o Amazonas tem a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical úmida do mundo. Além disso, o Estado tem os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo em quantidade de ilhas (Mariuá, com 1.200, e Anavilhanas, com 400), ambos situados no rio Negro. E quanto à população, ressalta o MPF que o Amazonas concentra a maior quantidade de povos indígenas em estado de isolamento voluntário do mundo, na região do Vale do Javari.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Ibama/Divulgação