As oito escolas que compõem a elite do Carnaval de Manaus levaram seus sambas de enredo para a avenida, no último sábado (03/02), no Centro de Convenções Profº Gilberto Mestrinho – Sambódromo.
As apresentações das escolas de samba começaram na última quinta-feira (01/01), com as agremiações do grupo de acesso B. Na sexta-feira (02/02), foi a vez das escolas do grupo de acesso A se apresentaram. No sábado e domingo as agremiações do grupo especial encerraram a festa.
Este ano, o calendário foi antecipado pelo governo do Estado.
“Na verdade, esse é um modelo que já é seguido por outros estados, tira a gente da data quando acontece no eixo Rio – São Paulo e permite que as pessoas possam aproveitar o Carnaval, saírem para o feriado e até prestigiar outros carnavais. Dessa forma a gente tem a nossa economia aquecida, a nossa cultura valorizada”, explica o secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz.
Apuração
Nesta segunda-feira (05/02) serão conhecidas as campeãs do Carnaval de Manaus 2024. No Sambódromo, às 10h, acontece a apuração das notas das escolas de Acesso A e B e, às 14h, do Grupo Especial.
Apresentações
A Andanças de Ciganos começou seu desfile na Grécia Antiga para desenvolver o enredo “Sophia – A Arte da Sabedoria”, e terminou com um carro alegórico tecnológico, com telão de led, para mostrar até onde a inteligência e a sabedoria trouxeram a humanidade. A escola mostrou que a inventividade humana é fruto do saber e que, por isso, a educação tem papel fundamental na evolução de um povo.
A terceira escola a realizar seu desfile foi a Vila da Barra, que homenageou em seu enredo a entidade Zé Pilintra, figura folclórica e espiritual muito conhecida nas tradições afro-brasileiras. A apresentação, inspirada na obra literária “Zé Pilintra: O Rei da Malandragem”, referenciou diversos elementos relevantes na história do personagem, com direito à roda de capoeira e fantasias retratando jogos como dados e cartas. Infelizmente, a escola acabou ultrapassando o limite máximo de 70 minutos, passando pela avenida em uma hora, dez minutos e 29 segundos, e deve perder um décimo de sua pontuação, de acordo com o regulamento.
A escola de samba Reino Unido da Liberdade trouxe o enredo “Matriarcas”, que celebra o poder e a sabedoria das mulheres que exercem o forte papel de figuras maternas. O desfile apresentou em sua primeira alegoria a figura “Mãe Terra”, e deu continuidade ao espetáculo representando as mais diversas figuras de mães ao redor do mundo. Em uma apresentação vibrante e cheia de cores, a agremiação destacou a importância dessas mulheres em diferentes sociedades, reverenciando suas contribuições e narrativas.
Atual bicampeã do Grupo Especial do Carnaval de Manaus, a Mocidade Independente de Aparecida desfilou em busca do tricampeonato. Com o enredo “O Madeira é Testemunha. A Floresta, o Berço. Luta, Suor e União para a Eternidade. Aparecida vem mostrar a Saga da Família Cidade”, a escola contou a história da família, aproveitando para exaltar a amazonidade de todas as famílias que migram do interior para a capital.
A Grande Família levou para a avenida um clamor pela preservação da fauna, da flora e dos povos nativos. Ao longo dos 70 minutos, a Gigante da Zona Leste, defendeu o enredo “Kianumaka-Manã – a Protetora da Floresta”. Com o saudosismo de quem perdeu no ano passado um dos maiores entusiastas e fundador da escola, Luiz Gilberto, a comunidade vermelha e branca saiu com garra em busca do título.
Penúltima escola a adentrar a Avenida do Samba, a Vitória Régia também levantou a bandeira da necessidade de preservação e reciclagem. Com o enredo “Arte e Magia, Samba e Reciclagem: Na Natureza Nada se Cria, Nada se Perde, Tudo se Transforma”, a Verde e Rosa entrou com os integrantes da Comissão de Frente caracterizados de árvore e continuou durante todo o desfile com alegorias e fantasias que utilizaram muitos materiais recicláveis. O recado foi claro: sem preservação, não há vida e, sem vida, não há samba, Carnaval e desfiles.
A última escola a desfilar, na manhã de domingo, a Dragões do Império contou a saga do povo africano escravizado e clamou por liberdade. Estreante do grupo especial, a escola do bairro de São Jorge, levou para avenida o enredo, “Baobá-Rompendo as Correntes da Escravidão”, representada por carros alegóricos imponentes, alas coreografadas e fantasias representativas.
Da redação – Com informações da Assessoria