A cheia do Rio Negro em 2022 ainda é incerta. Francisco das Chagas é vendedor na Manaus moderna e já percebeu o alto nível do Rio Negro este ano. “Está mais cheio que o ano passado. Muita chuva, aí a tendência é o rio subir mais. Está chovendo mais do que o ano passado”, afirmou o comerciante.
O Elias Gomes mora em Paraná da Eva, região rural de Manaus e se assustou quando viu o nível da água. Ele sabe que se continuar subindo, que sofre é a população.
“Trabalho aqui há 20 anos, nunca tinha visto a água no paredão [da Manaus Moderna] nessa época. Esse ano está adiantado, é ruim para os ribeirinhos, para toda a população do nosso Estado. Esse ano vai ser muito difícil se Deus não mudar o ritmo do nível da água vai ser muito difícil para a gente”, contou o Elias.
A cheia do Rio vai depender dos efeitos do fenômeno La Niña no próximo trimestre. Se houver acumulados positivos de chuvas em janeiro, fevereiro e março somados ao nível atual, é prevista inundação severa para 2022. Sem chuvas no primeiro trimestre, a cota deve estar dentro da faixa de normalidade. A explicação é do pesquisador em Geociências na CPRM (Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais), André Martinelli.
”Em decorrência da cota, do patamar de nível do Rio que a gente tem hoje é alarmante o que pode ocorrer em 2022. Para que ocorra uma cheia severa é preciso a junção desses dois fatores, o que a gente encontra hoje, que realmente é algo acima do esperado somado à uma anomalia positiva de chuva no próximo trimestre. O que define uma grande cheia é o que ocorre nesse trimestre”, afirma André.
Segundo ele, o panorama da cheia em toda a bacia amazônica é acima do que se espera. Segundo a Defesa Civil estadual, caso as previsões se confirmem em relação às chuvas, todo o Estado do Amazonas deve ser afetado com as inundações. Somente no mês de dezembro, o Rio Negro em Manaus subiu 2,82 m.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar